segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Projecto Entrescrita - Afonso Cruz

Bibliografia

Escreve e, além de ilustrador, realiza filmes de animação – às vezes de publicidade, às vezes de autor –, toca e compõe para a banda de blues/roots “The Soaked Lamb”. Em Julho de 1971, na Figueira da Foz, era completamente recém-nascido e haveria, anos mais tarde, de frequentar lugares como a António Arroio, as Belas Artes de Lisboa, o Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e mais de meia centena de países. 
É autor dos seguintes livros: A Carne de Deus, Enciclopédia da Estória Universal (Prémio Camilo Castelo Branco), Os Livros que Devoraram o Meu Pai (Prémio Maria Rosa Colaço), A Boneca de Kokoschka, A Contradição Humana (Prémio Autores SPA/RTP, escolha White Ravens, Lista de Honra do IBBY – The International Board on Books for Young People e Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração), O Pintor Debaixo do Lava-Loiças. 
Ilustrou mais de trinta livros para crianças, em parceria com autores como Alice Vieira, José Jorge Letria, António Torrado, etc.


- Entrevista com Afonso Cruz - 


Escritor, músico e realizador. Com qual se identifica mais?
Neste momento, com a escrita, apesar de gostar muito de todas as actividades a que me dedico. O desenho, por exemplo, sempre fez parte de mim. Desenho desde que me lembro e a minha vida profissional nunca deixou de estar ligada à imagem, à ilustração e ao cinema de animação.

E como surgiu o gosto pela escrita?
Julgo que surgiu através da leitura. Nunca pensei em escrever, mas sempre li com voracidade. Creio que a escrita aparece então naturalmente, como um copo que enchemos demais: começa a deitar água para fora. Para mim, escrever é a leitura a transbordar.

Qual o escritor que mais admira?
Vários e de vários tipos. No que respeita à literatura não sou monogâmico e tenho relações com inúmeros autores ao mesmo tempo. Excluindo escritores mais antigos e apenas considerando os últimos dois séculos de literatura, gosto muito, por exemplo, de Thomas Mann, Dostoievski, Jorge Luis Borges, Pessoa e Kazantzakis.

Neste momento, qual o seu “livro de cabeceira”
?
Neste momento, os livros: Poesia Completa, de Manoel de Barros e Platónov, de Tchékhov.

Na sua opinião, de que forma as Bibliotecas influenciam a formação dos leitores?
De inúmeras maneiras. Há muita gente que se esquece que existem livros. É importante que se criem actividades à volta da leitura para empurrar as pessoas para dentro da literatura. A capa de um bom livro é uma porta que dá acesso a um mundo muito maior do que podemos suspeitar. E para chegar a esse ponto, precisamos muitas vezes que alguém nos tenha, primeiro, aberto a porta de uma biblioteca.