segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Projecto Entrescrita - Afonso Cruz

Bibliografia

Escreve e, além de ilustrador, realiza filmes de animação – às vezes de publicidade, às vezes de autor –, toca e compõe para a banda de blues/roots “The Soaked Lamb”. Em Julho de 1971, na Figueira da Foz, era completamente recém-nascido e haveria, anos mais tarde, de frequentar lugares como a António Arroio, as Belas Artes de Lisboa, o Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e mais de meia centena de países. 
É autor dos seguintes livros: A Carne de Deus, Enciclopédia da Estória Universal (Prémio Camilo Castelo Branco), Os Livros que Devoraram o Meu Pai (Prémio Maria Rosa Colaço), A Boneca de Kokoschka, A Contradição Humana (Prémio Autores SPA/RTP, escolha White Ravens, Lista de Honra do IBBY – The International Board on Books for Young People e Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração), O Pintor Debaixo do Lava-Loiças. 
Ilustrou mais de trinta livros para crianças, em parceria com autores como Alice Vieira, José Jorge Letria, António Torrado, etc.


- Entrevista com Afonso Cruz - 


Escritor, músico e realizador. Com qual se identifica mais?
Neste momento, com a escrita, apesar de gostar muito de todas as actividades a que me dedico. O desenho, por exemplo, sempre fez parte de mim. Desenho desde que me lembro e a minha vida profissional nunca deixou de estar ligada à imagem, à ilustração e ao cinema de animação.

E como surgiu o gosto pela escrita?
Julgo que surgiu através da leitura. Nunca pensei em escrever, mas sempre li com voracidade. Creio que a escrita aparece então naturalmente, como um copo que enchemos demais: começa a deitar água para fora. Para mim, escrever é a leitura a transbordar.

Qual o escritor que mais admira?
Vários e de vários tipos. No que respeita à literatura não sou monogâmico e tenho relações com inúmeros autores ao mesmo tempo. Excluindo escritores mais antigos e apenas considerando os últimos dois séculos de literatura, gosto muito, por exemplo, de Thomas Mann, Dostoievski, Jorge Luis Borges, Pessoa e Kazantzakis.

Neste momento, qual o seu “livro de cabeceira”
?
Neste momento, os livros: Poesia Completa, de Manoel de Barros e Platónov, de Tchékhov.

Na sua opinião, de que forma as Bibliotecas influenciam a formação dos leitores?
De inúmeras maneiras. Há muita gente que se esquece que existem livros. É importante que se criem actividades à volta da leitura para empurrar as pessoas para dentro da literatura. A capa de um bom livro é uma porta que dá acesso a um mundo muito maior do que podemos suspeitar. E para chegar a esse ponto, precisamos muitas vezes que alguém nos tenha, primeiro, aberto a porta de uma biblioteca.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

176.º Aniversário de Mark Twain




Samuel Langhorne Clemens, mais conhecido por Mark Twain, nasceu na Florida, Missouri a 30 de Novembro de 1835. 
Escritor e humorista norte-americano ficou conhecido pelos romances The Adventures of Tom Sawyer (1876) e sua sequência Adventures of Huckleberry Finn (1885).

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sugestão de Cinema: "Homem no Arame"

Um filme de James Marsh

A 7 de Agosto de 1974, o jovem francês Philippe Petit subiu ao topo dos edifícios mais altos do mundo e, ilegalmente, andou sobre um cabo de aço suspenso entre as Twin Towers, as duas torres gémeas do World Trade Center em Nova Iorque.
Depois de uma hora a "dançar" no arame, a 410 metros de altitude, sem qualquer equipamento ou rede de segurança, Petit foi preso pelas autoridades, levado para a prisão e sujeito a exames psicológicos...
Perseguindo um extraordinário sonho, Petit e os seus cúmplices passaram 8 meses a preparar a execução do seu golpe, ao mais ínfimo detalhe. Como uma equipa de ladrões profissionais a planear o seu mais ambicioso assalto, enfrentavam obstáculos que pareciam virtualmente inultrapassáveis: enganar a segurança; fazer entrar todo o equipamento; suspender o arame entre as duas torres; colocar o arame com a tensão correcta para aguentar o vento - tudo sem serem apanhados.
Vencedor do Óscar para Melhor Documentário, Homem no Arame dá vida à extraordinária aventura de Petit, através dos testemunhos de todos os conspiradores. Um evento único que ficou conhecido como "o crime artístico do século".

Sugestão de Leitura Infantil: " Zulaida e o Poeta e outras histórias"

de José Fanha
Gailivro



Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 5º ano de escolaridade destinado a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade I.

Duas histórias de amor e uma de Natal. Em comum, a respiração fantástica dos grandes contos tradicionais. Em «Zulaida e o Poeta» e «A Rainha das Sombras», José Fanha fala-nos de amor e da sua força que move montanhas! «Pássaros de lata» conta-nos como o sonho de um passarinheiro se realiza, gracas à perna partida do Pai Natal...

Sugestão de Leitura: " Cartas de uma Mãe"

de Catherine Dunne
Editorial Presença

Catherine Dunne é uma autora de grande sensibilidade psicológica e literária que sabe fazer ressaltar, com extraordinária vitalidade, o que há de romanesco em cada vida comum. No centro de Cartas de Uma Mãe encontramos um intenso conflito familiar dominado pelos inevitáveis jogos de poder que tantas vezes condicionam as relações afectivas mais profundas. Alice e Beth, mãe e filha, protagonizam uma ligação ensombrada pelo silêncio ruidoso e agreste que há muito se instalou entre elas e que ambas desejam, intimamente, quebrar. Cabe a Alice, condenada por uma série de acidentes vasculares cerebrais e ciente de poder perder a qualquer momento a lucidez, dar o primeiro passo. Escrito com extrema subtileza e lucidez, um romance sobre a natureza frágil dos afectos e a força redentora que nos torna capazes de desejar superá-la.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

89.º Aniversário de José Saramago

"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais."
José Saramago

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Projecto Entrescrita - José Fanha

Entrevista com José Fanha 


Biografia 

JOSÉ Manuel Kruss FANHA Vicente, nasceu em Lisboa, a 19 de Fevereiro de 1951. Licenciado em Arquitectura, é poeta, declamador, participou em milhares de sessões de animação cultural, acompanhando o grupo dos chamados badaleiros, em que participavam José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Francisco Fanhais, Manuel Freire, José Jorge Letria, Carlos Alberto Moniz, Fausto, entre outros. É autor de histórias e poesia para a infância, dramaturgo e dramaturgista, autor de letras para canções e textos para rádio, guionista de televisão e cinema. Tem dirigido Oficinas de Poesia e de Escrita, além de desenvolver trabalho intenso de divulgação da poesia e promoção do livro e da leitura em Bibliotecas e Escolas um pouco por todo o país. 


Porque escolheu dedicar-se à literatura mais centrada na infância e na juventude
Tudo começou com os meus filhos. Comecei a escrever para lhes contar histórias à noite. Depois descobri que havia em mim um menino que gostava de inventar histórias. Depois descobri que havia outros meninos que gostavam de as ouvir.

Na sua perspectiva, hoje em dia os mais novos estão mais sensibilizados para a importância da leitura? 
Começam a estar. A Rede de Leitura Pública, o PNL e a Rede de Bibliotecas Escolares têm feito um trabalho meritório, não esquecendo também o trabalho dos escritores com a sua itinerância, dos animadores e dos promotores de leitura.
Mas este trabalho de promoção do livro e da leitura é lento. Faz falta um empenhamento mais profundo das instâncias políticas centrais já que as autarquias em geral têm dado bons apoios à leitura.
Os resultados talvez se comecem a sentir daqui a uma geração porque este é um trabalho lento, num país tradicional literato sobretudo ao nível das elites e que, por isso mesmo, ainda não conta com todos os apoios necessários.

O que é para si um livro?
Tanta coisa! Uma viagem, uma festa, um delírio, um espelho, um questionamento permanente, um encontro comigo próprio e com o outro, uma forma de aprender a ouvir.

Qual o escritor que mais admira?
Gostava de dizer o nome de muitos.
Mas fiquemos nos estrangeiros por Cervantes, Gogol, Tolstoi, García Marquez, Steinbeck e ainda os poetas Pablo Neruda, García Lorca, Lawerence Ferlinghetti, Jacques Prévert.
Dos portugueses ou lusófonos, Eça, Manuel da Fonseca, José Cardoso Pires, Mário de Carvalho e ainda os poetas Camões, Alexandre O’Neil, Ruy Belo, José Craveirinha.
E ficam tantos de fora…
Só mais dois ou três. Paixões mais recentes. Jorge Semprún, Errí de Luca, Hernán Rivera Letelier, Afonso Cruz,…


Que escritores influenciam mais a sua escrita?
António Torrado, Mário de Carvalho, Italo Calvino, Papini.

Qual o seu “livro de cabeceira”?

Se tivesse só um… Ou dois… Ou três… Seria “Nascer para nascer” de Pablo Neruda, a lírica de Camões, o D. Quixote.

Na sua opinião, de que forma as Bibliotecas influenciam a formação dos mais novos?
Uma Biblioteca é uma escola de cidadania e uma porta aberta para a nossa relação com a palavra e, portanto, com o mundo.

E na sua formação enquanto escritor, influenciaram-no?
Pouco. Quando eu era jovem os livros nas Bibliotecas estavam fechados à chave e por trás de vidros e grades…

Tem projectos para um novo livro?
Muitos muitos, muitos projectos. Ainda só sonhados, já começados, quase acabados. Muitos.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sugestão de Leitura Infantil: "O meu avô"

Manuela Bacelar

 
Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura
Educação pré-escolar

Para os mais pequenos, uma belíssima história escrita e ilustrada por Manuela Bacelar que nos descreve o quanto é maravilhoso o nosso avô.


Sugestão de Leitura: "Os Retornados um amor nunca se esquece"

Júlio Magalhães

Outubro, 1975. Quando o avião levantou voo deixando para trás a baía de Luanda, Carlos Jorge tentou a todo o custo controlar a emoção. Em Angola deixava um pedaço de terra e de vida. Acompanhado pela mulher e filhos, partia rumo ao desconhecido. A uma pátria que não era a sua. Joana não ficou indiferente ao drama dos passageiros que sobrelotavam o voo 233. O mais difícil da sua carreira como hospedeira. No meio de tanta tristeza, Joana não conseguia esquecer o olhar firme e decidido de Carlos Jorge. Não percebia porquê, mas aquele homem perturbava-a profundamente. Despertava-a para a dura realidade da descolonização portuguesa e para um novo sentimento que só viria a ser desvendado vinte anos mais tarde. Foram milhares os portugueses que entre 1974 e 1975 fizeram a maior ponte área de que há memória em Portugal. Em Angola, a luta pelo poder dos movimentos independentistas espalhou o terror e a morte por um país outrora considerado a jóia do império português. Naquela espiral de violência, não havia outra solução senão abandonar tudo: emprego, casa, terras, fábricas e amigos de uma vida.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Prémio Nobel da Literatura 2011




O sueco Tomas Tranströmer é o novo prémio Nobel da Literatura 2011. O poeta escandinavo de 80 anos é representante da poesia lírica, que não era premiada pela academia sueca desde 1996, ano em que foi eleita a poetisa polaca Wislawa Szymborska.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sugestão de Leitura Infantil: "Um minuto para a meia-noite"

de Joe Carrot

Acreditam em bruxas? Não?! Bem, nem o Joe Carrot! Na verdade, quando uma noite Rufo MacRábano aparece na agência Carrot & Carrot a pedir a Joe Carrot para resolver o mistério da Bruxa Rapina, o Joe sente imediatamente o cheiro a cenouras queimadas!

Quem é o Joe Carrot?
O Joe Carrot é um coelho detetive. A sua agência, Carrot & Carrot, é a mais famosa de toda a cidade de Coelhópolis (também é a única...).
O Joe é também um pai de família atento. E é por tudo isto que as histórias do Joe Carrot são apaixonantes e divertidas, cheias de mistério, mas também de alegria!

Sugestão de Leitura: "Viagem ao Fundo de um Coração"

de William Boyd
Qualquer vida é, à vez, vulgar e extraordinária, mas a de Logan Mountstuart - vivida desde o início do século XX - contém mais do que a sua quota-parte de ambas.
Como escritor que encontra inspiração em Paris e Londres, como espião traído durante a guerra e como marchand de arte na Nova Iorque dos anos sessenta. Logan convive com as pessoas influentes da sua época. Mas como filho, amigo, amante e marido, comete os mesmos erros que todos cometemos na nossa busca da felicidade. Aqui fica, então, a história de uma vida vivida em pleno - e uma viagem ao fundo de um coração muito humano.
 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Balanço do 1º ano do projecto Biblioweb

Concluído o 1º ano do projecto Biblioweb na Biblioteca Municipal de São Pedro do Sul, apresentam-se alguns dos resultados:
  • Visitas ao blogue: 6750
  • Mensagens publicadas: 87
  • "Amigos" no Facebook: 4467

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Aniversário da morte de Truman Capote

Truman Capote, escritor norte-americano, faleceu a 25 de Agosto de 1984 com 59 anos. Ficou conhecido pelas suas obras "Breakfast at Tiffany´s" e "In Cold Blood". Esta última, que relata um homicídio de uma família do Kansas, é considerada um marco no aparecimento do género literário romance de não ficção.

Mais informações na seguinte ligação ou  neste artigo da wikipedia.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sugestão de Cinema: "A Marcha dos Pinguins"

Documentário francês realizado em 2005 por Luc Jacquet, La Marche de L'Empereur foi narrado (em voz off) por Charles Berling, Romane Bohringer e Jules Sitruk.
Foi nomeado para dois BAFTA (Melhor Fotografia e Melhor Montagem) e ganhou o Óscar de Melhor Documentário (2006).
Filmado em condições muito difíceis na Antártida, durante cerca de 14 meses, o filme conta a belíssima história de sofrimento e abnegação dos simpáticos animais que desafiam a natureza e arriscam a vida para poderem assegurar a sobrevivência da sua espécie.

Sugestão de Leitura Infantil: "Quero Dormir, Carneiros Traquinas!"

Autor: Alison Ritchie


Plano Nacional de LeituraLivro recomendado para o 1º ano de escolaridade destinado a leitura autónoma e/ou leitura com apoio do professor ou dos pais.

A menina precisa de dormir, mas não consegue. Há uma solução! Contar carneiros para chamar o sono. Mas parece que os carneiros têm outros planos. Cansados de saltar obstáculos e de serem contados, preferm outras aventuras. Que confusão!

Sugestão de Leitura: "O Rapaz do Pijama às Riscas"

Autor: John Boyne

Uma história de inocência num mundo de ignorância.


Bruno, de nove anos, nada sabe sobre a Solução Final e o Holocausto.
Ao regressar da escola um dia, Bruno constata que as suas coisas estão a ser empacotadas. O seu pai tinha sido promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxuosa casa onde vivia e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar nem nada para fazer. Pior do que isso, a nova casa é delimitada por uma vedação de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais, curiosamente, usam todas um pijama às riscas.
Como Bruno adora fazer explorações, certo dia, desobedecendo às ordens expressas do pai, resolve investigar até onde vai a vedação. É então que encontra um rapazinho mais ou menos da sua idade, Shmuel,  vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado, e que em breve se torna o seu melhor amigo…

"O Rapaz do Pijama às Riscas" foi originalmente publicado no Reino Unido em 2006, simultaneamente em edições para jovens e para adultos. Encontra-se actualmente traduzido em 32 línguas.

Prémios: Foi vencedor de dois prémios literários na Irlanda (o “Children’s Book of the Year” e o “Listener’s Choice Book of the Year”), bem como do “Bisto Children’s Book Award”, e foi nomeado para mais de 15 prémios literários internacionais, entre os quais o “British Book Award” no Reino Unido, o “Premio Paolo Ungary” em Itália, o “Prix Farmiente” na Bélgica, e o “Borders’ Original Voices Award” nos Estados Unidos. Foi ainda nomeado para a “Carnegie Medal” de 2007.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Bibliomóvel no Andanças

A Biblioteca Municipal de São Pedro do Sul estará presente no Andanças através do Bibliomóvel, disponibilizando o serviço de leitura (monografias e periódicos).
Horário: 10-13 e 14.30-19.

Andanças 2011

Inicia-se hoje até ao próximo dia 7 o festival Andanças em Carvalhais, São Pedro do Sul. Aconselha-se a visita da página oficial do evento.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Projecto Entrescrita - Sérgio Lucas



Teatro, música e agora a escrita. Como surgiu o seu primeiro livro de poesia “Camaleão”?
Comecei a mostrar alguns dos meus textos na net e a maioria dos comentários eram em apoio à edição dos mesmos, portanto juntando às opiniões que já vários amigos aos quais também os tinha mostrado, resolvi tentar…! … e aconteceu!

Revê-se, de alguma forma, no livro apresentado recentemente?
Claro que sim mas não na totalidade da obra. Claro que podemos sempre escrever textos sobre as nossas vivências, mas existem mundos paralelos à nossa vida, vidas que nos rodeiam e que nos inspiram a escrever.
É assim o meu processo de criação, simples, real e sempre inspirado na realidade e nas suas multifacetadas vidas.

O que trata a obra?
Baseia-se essencialmente nas variadas adaptações a que somos sujeitos no dia-a-dia. Somos todos camaleões ao longo da nossa vida a não ser que tenhamos um processo
de evolução tão perfeito que nunca nos tenhamos que adaptar a algo que nos é estranho ou necessário. Fala daquilo que todos somos e sentimos um pouco.

S. Pedro do Sul é uma fonte de inspiração na sua escrita poética?
É um óptimo elemento de inspiração mas não me foco em apenas em um tema, busco sempre múltiplas formas e espaços para me inspirar. Um poema sofre múltiplas transformações ao longo do seu processo.

 O que é para si a poesia?
 Uma forma de estar na vida, uma opinião e acima de tudo a verdade ou a ilusão.

E como define um livro?
Para mim e neste caso em particular, é um sonho realizado e mais uma forma de dar a conhecer aos meus conterrâneos e ao país o trabalho que desenvolvo e tenho desenvolvido.. No geral, é a mais nobre forma de expressão.

Qual o seu livro-de-cabeceira?
Sou um apreciador de poesia, acima de tudo mas neste momento estou a ler “O Cemitério de pianos”, aconselho!

E o escritor que mais admira?
Sou um enorme fã de William Blake, Frederich Nietzche e Jim morrison, mas dos portugueses admiro imenso Mário de Sá Carneiro, António Boto, Bocage e Fernando Pessoa.
  
Biografia
SÉRGIO LUCAS é natural de S. Pedro do Sul (distrito de Viseu). Iniciou-se nos palcos no grupo de teatro local e, mais tarde, no teatro escolar. Estreou-se no Teatro Politeama, com direcção de Filipe La Féria, no musical para a RTP “Camaleão Virtual Rock”. Vencedor da 2ª edição do concurso da SIC “Ídolos”, em 2004, editou dois trabalhos a solo – “Qual a Cor” e “Até ao Fim”, gravado e masterizado por Luís Jardim. Em “West Side Story”, de Filipe La Féria, interpreta, como solista, o papel de Snowboy, no Teatro Politeama. É também autor de vários trabalhos de poesia, dos temas dos seus projectos musicais e de textos de encenação de teatro amador. Foi semi-finalista do Festival da Canção da RTP 2009, com o tema “Procuro-me Em Ti”. Sob direcção de Pedro Ribeiro, gravou spots e separadores para a Rádio Comercial, em 2008 e 2009. Em “Jesus Cristo Superstar”, de Filipe La Féria, interpretou, como solista, o papel de Simão Zelotes, no Teatro Politeama e no Portimão Arena, entre 2007 e 2008. Participou em “Animais Nocturnos”, de Wanda Stuart, em 2007. Como entertainer participou na final do Festival da Canção Juvenil, da RTP, no Teatro Tivoli. Protagonizou o musical “Sexta-Feira 13”, de António Feio, em 2006. Participou na Festa de Natal da Rádio Renascença, sob direcção de Henrique Feist, no Teatro da Trindade, em 2006. Participou em diversos espectáculos de solidariedade, inclusive para a Cruz Vermelha, da RTP. Participou em espectáculos musicais para a SIC: “Sangue Latino” e “13 – O Número da Sorte”, de Henrique e Nuno Feist, em 2005. Com a sua banda, The Wish, ganhou diversos concursos a nível nacional e gravou um tema para uma compilação de bandas, “Aculturação”, organizado pelo Bloco de Esquerda, em 2003. Membro fundador da banda Sekmet, em 1992, com a qual gravou um álbum e fez digressão por diversos locais do país. Membro fundador da banda Lezyriah, em 1988, com a qual venceu concursos de bandas a nível escolar. Entrou para o Grupo de Expressão Dramática da Escola Secundária de S. Pedro do Sul, em 1988, sob direcção do Prof. Tito Agra Amorim, onde participou em espectáculos como “Ulisses”, “Argos” e “O Profeta”. Com esse grupo participou em encontros de teatro a nível nacional, como Encontros de Teatro na Escola e Encontro Nacional de Teatro Jovem do Porto. Participou na peça infantil “O Farruncha”, em 1987. Em 1985 entrou para o grupo coral da igreja da sua área de residência, onde permaneceu durante sete anos. Venceu o Festival da Canção Infantil de S. Pedro do Sul, da Rádio Lafões, em 1987. Dois trabalhos a solo: até ao fim e vícios e agora em estreia um livro intitulado camaleão.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sugestão de Leitura: " Camaleão"


Sérgio Lucas

“… descobrimos um sujeito poético consciente da vertigem que assola tanto as relações humanas como a própria vivência individual de cada ser, confrontado com a fragilidade dos laços entre as pessoas, mas também agarrado à esperança numa ainda possibilidade de projecto com o outro, redentor.”

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sugestão de Leitura: " História da Vida Privada em Portugal"




Através de 4 volumes, A Idade Média, A Idade Moderna, A Época Contemporânea e Os Nossos Dias, é feita uma análise da vida íntima das diversas classes sociais, desde os seus hábitos, intimidades, segredos e modos de ver o mundo. Cada volume conta, ainda, com 250 imagens que enriquecem e nos transportam para uma magnífica viagem na história.

Autor: vários
Direcção: José Mattoso
Edição: 2010 (2ª Edição - 2011)
Páginas: cerca de 500 (por volume)
Editora: Círculo de Leitores/Temas e Debates

terça-feira, 21 de junho de 2011

No entardecer dos dias de Verão

Alberto Caeiro
(Heterónimo de Fernando Pessoa)


No entardecer dos dias de Verão, às vezes,

Ainda que não haja brisa nenhuma, parece

Que passa, um momento, uma leve brisa...

Mas as árvores permanecem imóveis

Em todas as folhas das suas folhas

E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,

Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...

Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!

Fôssemos nós como devíamos ser

E não haveria em nós necessidade de ilusão ...

Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida

E nem repararmos para que há sentidos ...

Mas graças a Deus que há imperfeição no Mundo

Porque a imperfeição é uma cousa,

E haver gente que erra é original,

E haver gente doente torna o Mundo engraçado.

Se não houvesse imperfeição, havia uma cousa a menos,

E deve haver muita cousa

Para termos muito que ver e ouvir ...


Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XLI"

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Projecto Entrescrita - Marta Guerreiro



O que te levou a escrever o “1001 cores”?
 Existe sempre esta necessidade. A de expor. A de nos expormos enquanto cidadãos, e enquanto racionais que somos. Ainda para mais, quando julgamos já conhecer um diferente na primeira pessoa. Expormo-nos – da melhor ou da pior forma-.
Este livro surgiu de uma necessidade extrema de expor a minha ideia relativamente ao diferente que se atravessou no caminho que é o percurso de uma vida. O nascimento de uma irmã com paralisia cerebral – sem qualquer mobilidade física-. Esta realidade aos olhos de uma adolescente, peculiarmente revoltada: a difícil aceitação por parte das pessoas, em todo o que foge ao comum. É portanto um testemunho de amor, perante o novo.

Dado que a tua experiência de vida foi decisiva para a concretização do teu livro, consideras que este pode ser importante para outras pessoas que enfrentam o mesmo tipo de questões?
Considero que não apenas será importante para famílias numa situação semelhante mas muito mais para as que desconhecem este lado de uma vida.
Este livro fará mais sentido para os que não convivem de perto com uma situação tão delicada e que por isso mesmo, não conseguem ter noção da grandiosidade, da beleza e da aprendizagem que estes casos peliculares nos dão, aquilo que nos fazem enquanto pessoas. Preenchem-nos; realizam-nos. Quem desconhece esta parte de um espectáculo: os bastidores, desconhece também com que brilho é realizada a peça, neste caso, com que brilho é realizado este caminho de vida de mão dada com algo invulgar, mas que brilha.

Há algum autor que seja uma referência para ti?
Existem vários autores, tanto estrangeiros como portugueses, que me inspiram. No entanto é de bom agrado da minha parte, dar enfâse a esta língua de Fernando Pessoa. Que foi grande. Que foi Ricardo Reis e afirmou que para sermos grandes, temos que ser inteiros: ou nada. Que foi Álvaro de Campos e afirmou não ser nada, não poder ser nada, mas ter nele todos os sonhos do mundo. Que foi ainda Alberto Caieiro – mas sobretudo, Fernando Pessoa -. Ele é-me grande, tal escrita, tal insanidade bonita. Eterno, é-lhe um adjectivo atribuído por mim.
Num oposto, mais contemporâneo, temos o José Luís Peixoto como fonte de inspiração – pelos piercings característicos e os sorrisos que nunca se esgotam -. Consegue por em palavras a voz de um povo revolto, uma realidade. “Uma Casa na Escuridão” que até ela é cheia de luz no que diz. A escrita do Peixoto faz-me viajar. Ser mais, com ele, uma companhia de noite em forma de letras e sinais de pontuação. Uma escrita metalizada, como os piercings que também eles reluzem.

Pretendes voltar a escrever um livro? Sobre que tema?
Quando fazemos algo inteiro, onde pomos pureza e humildade, e ainda assim, temos reconhecimento. Quando fazemos algo sobretudo nosso, que não é conveniente ou porque sim, mas por ser nosso, isso faz com o nosso reflexo sorria. Com que até o espelho faça sentido.
Isso serve de incentivo, e dá-nos vontade de não perder nem mais um segundo, dá-nos vontade – dá-me vontade – de fazer mais, por ser meu, por estar a ser de tantos outros colos quentes. No entanto tenho tempo. Penso, imagino, crio. Agora existe o livro 1001 Cores e o dia de amanhã nada me garante, mas não quero ter pressa. Quero viver intensamente o que me está a ser dado agora, apenas com a certeza que a escrita fará sempre parte do meu quotidiano, do meu objectivo pessoal.

Que conselhos darias a jovens que estão a dar os primeiros passos na escrita?
Sejam mais;
Tenho dito nas apresentações por onde tenho estado, algo que considero de relevância extrema. Somos confrontados com miséria, não só económica mas como de espírito. As pessoas agem em defensa, agem contra a revolta e o problema não está aí: o problema está no protagonismo que é dado em que usa essa revolta em situações de violência, situações desumanas.
No entanto a revolta pode ser boa, pode ser uma arma para o nosso amanhã. Os grandes nomes da história foram revolucionários. Usaram todo a rajada de emoções interiores e fizeram músicas: que hoje são hinos à liberdade, pintaram quadros: que hoje são exemplos de futurismo, escreveram livros: que hoje são “Bíblias” de um desenrolar histórico difícil. Que são todas estas formas de arte: conquista.
Não deixem de escrever, não deixem de se expressarem, ponham em algo concretizado o lugar que ocupam, ou aquele que querem ocupar – da forma mais pura, honesta e bonita -.

Julgas que São Pedro Sul pode ser uma fonte de inspiração para a escrita? Como?
São Pedro do Sul - destacado pelas paisagens sem igual, o colorido e o natural – é assim que o recordo. Num vale, uma cidade escondida e protegida por quem nela habita, que tanto defende o verde que lhes pertence, e que deixam ser alvo de críticas bonitas pelos turistas, mas que lhes pertence: o verde dos habitantes.
Com uma pitada de antiguidade que parece não querer dar lugar ao alternativo: é também assim que a recordo, uma cidade conservadora.
O livro foi escrito, maioritariamente, no quarto número quatro, do alojamento da Escola Profissional de Carvalhais, que me trouxe pessoas boas que ficarão, decerto, no meu caminho enquanto pessoa a realizar-se. A janela do quarto quatro, dava lugar a dois lagos e a uma relva que reluzia todas as manhãs de primavera e de verão (quando escrevi o livro).
Obviamente, toda essa paisagem foi inspiradora, e toda essa paisagem tornou o meu livro mais romântico, por também ter sido nesse sítio, que surgiu o Impossível – uma personagem do livro que existe enquanto pessoa que me acompanha na realidade – histórias de amor e inspiração. Uma paisagem que permitiu um livro, e que permite paixões. Por ser tão protegida e tão natural. Uma paisagem que pertence a todos, agora também aos que percorrem as páginas do meu livro.

Qual o papel que a Biblioteca Municipal de São Pedro do Sul (ou as bibliotecas no geral) desempenhou na tua formação enquanto escritora? De que modo?
Sendo sincera, e agora com o desenvolvimento das tecnologias, creio que o uso da biblioteca seria mais para pesquisa, coisa que os computadores vieram tirar o lugar. Sempre que quero ler um livro, gosto de o comprar. De o sentir meu. De o cheirar e rever as páginas sempre que sentir saudades do que elas transmitiam, talvez por isso não seja meu hábito utilizar a biblioteca como sitio para requisitar literatura. No entanto, sei que é de relevância extrema: primeiramente é um ponto de encontro onde se preza o amor pela cultura, e onde existe cultura, existe importância e deve ter destaca. Seguidamente, visto que não existem possibilidades a todos, sejam elas económicas ou ainda de mobilidade, para a aquisição de um livro, a biblioteca aí desempenha um papel crucial na instrução dos habitantes que a circulam. Além de um ponto de encontro bonito é ainda um estabelecimento que temos ao nosso dispor, e que devemos frequentar com a maior regularidade possível, no caso de a leitura por exemplo, não ser acessível de outra forma.

Biografia

Nasci em Lisboa, no primeiro dia do ano de 1995. Já vivi no Alentejo, em Castro-Daire, Londres e São Pedro do Sul.
As poucas coisas que realizei durante o meu ainda pequeno percurso, incluem cursos de medicinas alternativas; um minicurso de teatro; finalista no concurso “A Europa Sou Eu” na categoria de poesia; três outdoors expostos realizados por um pequeno grupo onde estava inserida; voluntariado no Banco Alimentar e por fim, mediadora da APF.

Livros publicados
1001 cores - 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fernando Pessoa - Voo

Por um momento, as suas mãos ali pousaram, 
Como aves no ninho. 
Depois abriram-se, e voaram. 
Saberão o caminho? 

In Poesia II - Obra completa , Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2001

123 anos de Fernando Pessoa

Comemoram-se hoje 123 anos do nascimento de Fernando Pessoa,
Para mais informações sobre esta figura incontornável da poesia portuguesa recomenda-se a consulta do site da Casa de Fernando Pessoa em http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/.

13 de Junho - Santo António



Nasceu em Lisboa em 1195, o seu nome de baptismo era Fernando de Bulhões mas ficou conhecido internacionalmente como Santo António de Pádua. Aos 15 anos entrou para um convento, fez-se frade e mudou de nome. Muito culto, grande pregador, ensinou em várias universidades da Europa e morreu em Itália.É o padroeiro dos casamentos e , por isso, celebram-se, em Lisboa, os casamentos de Santo António.É representado com um livro e o Menino Jesus.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Rede sem fios na Biblioteca

A Biblioteca Municipal de São Pedro do Sul está a disponibilizar acesso à internet sem fios nas suas instalações. Caso pretendam recorrer a este serviço, os utilizadores devem dirigir-se ao balcão da Biblioteca para solicitar o acesso.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Apresentação do Livro "1001 Cores" de Marta Guerreiro


No próximo dia 2 de Junho, pelas 10h30, no Cine Teatro S. Pedro, venha assistir à apresentação do livro "1001 Cores" da jovem escritora de dezesseis anos Marta Guerreiro.
No seu primeiro livro, escrito aos quinze anos, a Marta relata as suas vivências e a sua luta interior na aceitação da sua irmã de sete anos com paralisia cerebral.

O Dia da Criança

É um dia em que cabem
todos os dias do ano
e as coisas mais bonitas
que não podem causar dano:
os sonhos e os brinquedos,
as festas, as guloseimas,
a sombra de alguns medos,
a casmurrice das teimas
e também, com fartura,
o afecto e o carinho
com que se faz a ternura,
para mostrar ao mundo
que a guerra é uma loucura
e que o gosto de ser menino
é o nosso eterno destino.

"O livro dos dias"
José Jorge Letria

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Projecto Entrescrita - Maria João Lopo de Carvalho

- Entrevista com Maria João Lopo de Carvalho -

Biografia

MARIA JOÃO Mendonça LOPO DE CARVALHO nasceu em Lisboa no dia 15 de Maio de 1962. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1985. Foi professora no Ensino Básico e Secundário, entre 1985 e 1989; e, novamente, de 1992 a 1995. Em 1989 fundou a “Know How”, dedicada ao ensino de inglês para crianças, entre outras actividades para escolas públicas e privadas, em regime extra-curricular. Foi também copy-righter na agência de publicidade “McCann Erickson”, de 1999 a 2001; assessora no Gabinete de Vereação da Educação e Acção Social do Município de Lisboa, de 2002 a 2005; e responsável pelos programas de solidariedade da Swatch, em 2044 e 2005. Em 2008 foi co-fundadora da “Know How Angola” e da “IPSS Know How – Aprende a Brincar”, dedicada à acção social.
Responsável pelo Guia da Criança, directório exaustivo de todas as actividades para crianças na cidade de Lisboa, em 1994 e 1995, publicou vários livros infantis – entre eles: O herói sou eu (2007), Que bicho te mordeu (2007), e A minha mãe é a melhor do Mundo (2005). Os seus romances Acidentes de percurso (2001) e Virada do avesso (2000), ambos best-sellers, inscreveram o seu nome na literatura pop, tendo publicado depois Adopta-me (2004), onde aborda a pobreza infantil nos subúrbios de Lisboa. Colaborou também com a imprensa, como cronista das revistas Pais & Filhos (1994), Xis (2000), GQ (2000-2001) e Vidas (2004) e nos jornais Expresso (2002) e Diário de Notícias (2004), Metro, Destak e Focus.


Porque escolheu dedicar-se à literatura infanto-juvenil? 
Por ser o meu “ambiente natural”. Por estar “próximo” do que os mais novos gostam de ler. Por sentir, por querer, por gostar!!! 

Na sua perspectiva, nos dias de hoje os mais novos estão mais sensibilizados para a importância da leitura? 
Sim de certa maneira pois há muitos mais títulos disponíveis e o PNL tem dado uma forte ajuda. 

O que é para si um livro? 
Uma porta aberta para a Imaginação! 
E a Imaginação é… um músculo poderoso que existe no cérebro e que precisa de ser trabalhado 

Qual o escritor que mais admira? 
Sophia de Mello Breyner e a beleza das palavras vistas pelo lado de dentro! 

Que escritores a influenciam mais na sua escrita? 
Matilde Rosa Araújo, sophia, todos os sul americanos, Jorge Amado… inúmeros, tudo depende do ciclo de escrita em que estiver! 

Neste momento, qual o seu “livro de cabeceira”? 
A Biografia de Sá Carneiro e os Sinais de Fogo de Jorge de Sena. 

Na sua opinião, de que forma as Bibliotecas influenciam a formação dos mais novos? 
Permitem um amplo acesso aos livros, à alegria e à festa à volta dos livros! 

E na sua formação enquanto escritora, influenciaram-na? 
Adoro estar cara a cara com os meus leitores! 

O seu próximo livro, a editar em Outubro, é um romance histórico sobre a Marquesa de Alorna. Quer revelar-nos um pouco sobre esta obra? 
Ainda está no segredo dos Deuses mas era mulher mais desconcertante do seu XVIII e XIX português, absolutamente invulgar 



quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sugestão de leitura: "A Soma dos Dias" de Isabel Allende

Entre a memória e a autobiografia, A Soma dos Dias começa quando a família de Isabel Allende se reúne para a triste cerimónia de espalhar as cinzas de Paula, protagonista de um dos mais famosos livros da autora…
Nas páginas deste livro, Isabel Allende narra com franqueza a história recente da sua vida e a da sua peculiar família na Califórnia, numa casa aberta, cheia de gente e de personagens literários, e protegida por um espírito: filhas perdidas, netos e livros que nascem, êxitos e sofrimento, uma viagem ao mundo dos vícios e outras a lugares remotos do mundo em busca de inspiração, juntamente com divórcios, encontros, amores, separações, crises matrimoniais e reconciliações. 
Também é uma história de amor entre um homem e uma mulher maduros, que ultrapassaram juntos muitos obstáculos sem perderem a paixão nem o humor, e de uma família moderna, desgarrada por conflitos e unida, apesar de tudo, pelo carinho e a decisão de continuar em frente. Esta é a família que descobrimos em Paula e que descende dos personagens de A Casa dos Espíritos.
Uma obra emotiva e escrita no tom irónico e apaixonado que caracteriza a autora, na qual nos entrega a soma dos seus dias como mulher e como escritora.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Projecto Entrescrita - Pedro Pinto


PEDRO PINTO nasceu em Lisboa no dia 20 de Março de 1971. É casado e tem 2 filhos. Jornalista desde 1997, é coordenador e apresentador do Jornal Nacional da TVI desde 2000. Licenciado em Relações Internacionais, possui também o Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). É professor na Universidade Autónoma de Lisboa desde 1996, responsável pelas cadeiras de Integração Económica e de Newsroom. Para além disso, é coordenador da Pós-Graduação em Televisão e professor convidado em diferentes mestrados. 

Obra 
O Último Bandeirante, 2009 



Como surgiu “O Último Bandeirante”? 
Surgiu numa viagem ao Brasil, a meio caminho da Amazónia - uma região que durante anos fundiu em mim a palavra mistério e ambição, num sonho que ia finalmente cumprir. 
Numa visita ao Museu de Arte de São Paulo, deparei com um mural onde estava desenhado um trajecto que partia do Sul do Brasil, chegava aos Andes e descia o Madeira, para depois palmilhar todo o Amazonas. Uma viagem com mais de 400 anos e feita por um português, de quem nunca tinha ouvido falar. Descobrir e contar a história desse grande aventureiro desconhecido, um David Crockett português, foi como que embarcar numa outra grande viagem. 

O que é para si um livro?
A oportunidade de me despojar das âncoras da vida - e de alguma cobardia, confesso - para viver todas as vidas que nunca tive coragem de viver. Mas, para tanto, é preciso que as personagens tenham a estirpe de um Corto Maltese, por exemplo. 

Neste momento, qual o seu “livro de cabeceira”?
Quando escrevo um romance evito ler romances, pelo que opto, normalmente, pelas biografias. Estou a ler a história de Bernie Ecclestone, o homem que tornou a F1 um desporto milionário e verdadeiramente global, ainda antes da queda do muro de Berlim. Um homem de 80 anos, que continua a trabalhar como se tivesse 25, percorrendo o Mundo, dirigindo todo aquele Circo. 

Qual o escritor que mais admira?
Phillip Roth pela inteligência da escrita, a forma límpida, fria, quase cirúrgica mas, ao mesmo tempo, profundamente tocante, com que aborda os temas da existência, desde a sexualidade à morte. 
Ferreira de Castro pelo sentido de aventura, pela iniquidade, injustiça e desigualdade entre ricos e pobres - não necessariamente em termos ideológicos - que explicitou de forma pungente em toda a sua obra. 

Na sua opinião, de que forma as Bibliotecas influenciam a formação dos escritores?

As bibliotecas são a melhor oportunidade para descobrirmos novos autores e abrirmos a grande porta do conhecimento. Numa biblioteca, todas as desigualdades se esbatem e cada um pode moldar os seus gostos, as suas ambições, o seu eu interior sem restrições económicas ou de qualquer outra índole. É o espaço fechado mais aberto ao mundo que conheço. 


sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sugestão de Leitura: "O Arquipélago da Insónia"

António Lobo Antunes

Excerto
«Começamos por uma casa, pelo sentimento uma força em exercício, um poder que vem de há muito tempo, quando essa casa era igual mas era uma herdade, um latifúndio, quando nada faltava - a família, as empregadas na cozinha, o feitor, os campos, a vila ao fundo, e a voz do avô a comandar o mundo.
Agora há fotografias no Alentejo em vez de pessoas, e há objectos, cientes que também acabarão sem ninguém, há memórias de quem dorme, ou morreu, mortos que não sabem se a vida foi vida, há os irmãos, um é autista, e a imagem da mãe muito nítida, sempre de costas
"(alguma vez a vi sem ser de costas para mim?)". 
Nessa altura já não se sabia a que cheira o vento, como não se sabe para onde foi a Maria Adelaide, morta também, foi para Lisboa?
A herdade foi tirada ao autista, e a doença (de quem?) é um arquipélago branco nas radiografias dos outros, um arquipélago normal, inocente. Estão todos mortos ou estão todos a sonhar e trocaram de sonhos, como se pudessemos trocar de sonhos. 
De qualquer forma, sabemos que daqui a nada será manhã - mas aquilo que se disse ainda se ouve lá dentro
"(-Não precisa de se casar comigo menino o seu pai nunca casou comigo)"E então vamos sabendo que não serámanhã nunca.»



quinta-feira, 31 de março de 2011

Projecto Entrescrita - Carlos Almeida

CARLOS ALMEIDA nasceu em Lisboa em 1960. Com raízes culturais e familiares sedeadas em Santa Cruz da Trapa, no concelho de S. Pedro do Sul, vive desde 1987 em Viseu, onde divide a sua actividade profissional entre professor de História do 3º Ciclo e dirigente associativo/animador cultural na Associação GICAV (que ajudou a fundar), colaborando como orientador da Companhia de Teatro “Faz de Conta – Marionetas” e no Festival Internacional de Banda Desenhada. Foi em Santa Cruz da Trapa que se iniciou nas lides culturais e nas artes plásticas, fundando a Associação ARCA na década de 80. Por essa altura começou, também, a escrever os primeiros textos poéticos, nos intervalos da Licenciatura em História. A descontinuidade temática e o experimentalismo técnico caracterizam a sua produção artística e literária, saltitando no tempo e nos espaços, como uma encruzilhada de indecisões ao sabor dos instantes e dos sentimentos. Possui obras artísticas em várias colecções particulares, no país e no estrangeiro (França, Grécia, Áustria, Canadá). Paralelamente ao gosto pela escrita, apresentou exposições em Lisboa, Castelo Branco, Tramagal, Óbidos, Termas de S. Pedro do Sul, Nelas, Carregal do Sal, Santa Comba Dão, Penalva do Castelo, Viseu. No campo das letras já publicou pequenos trabalhos de Poesia, “Verso ante Verso” e “Alma Penada”, e uma colectânea de Contos “Actos de Necessidade”, editados pela Associação GICAV; colaborou no projecto “Poesia Contemporânea”, da Editora Minerva; colabora com a Revista “Animarte” e com a Revista “Terras do Barroso”, desde a sua fundação. 


1. Como define a poesia? 

A verdadeira música das palavras, o canto do coração. 

2. Como surgiu o gosto pela escrita poética? 

Desde muito cedo comecei a gostar da leitura e da escrita. Oferecer versos começou a ser prática ainda na escola, para as miúdas, para as colegas. Mais tarde o “jornal” do GUJAP, grupo juvenil de animação paroquial em Sta Cruz da Trapa passou a ser o espaço de divulgação de temas em prosa e em verso, e pouco a pouco foi-se aperfeiçoando o gosto e a forma. 

3. Até ao momento quantos livros de poesia já publicou? 
Destaca algum? 

Publiquei três obras em poesia (Verso ante Verso; Alma Penada; Versos concêntricos; participei na colectânea Antologia da poesia contemporânea portuguesa; encontro-me a colaborar em duas colectâneas de Viseu (Páginas Lentas; bichinho da escrita). Tenho pronto um novo projecto intitulado “A Osmose do ser”. Destaco este último trabalho, mais reflectido, resultado de viagens interiores em redor do mundo em que vivemos e ajudámos a construir, sobre o nosso futuro pessoal e colectivo, sobre a forma como nos relacionamos com a natureza. 

4. E qual o poeta que mais admira? 

É difícil escolher um, porque as razões são diversas. No entanto posso destacar Pablo Neruda, cujos versos me provocam e me inquietam. 

5. Qual o papel da poesia em momentos de alguma instabilidade como os que vivemos actualmente em Portugal? 

A Poesia, tal como outras formas de arte, deve ser algo subversiva, inquietar para a mudança, ajudar-nos a olhar em frente de forma inteligente e crítica. 

6. São Pedro do Sul é uma terra capaz de inspirar os poetas? 

Sim, sem dúvida. Basta olharmos para a paisagem, as pessoas, os problemas que persistem na sociedade, mas também os elementos belos e diferentes. Todos os lugares são lugares da poesia. 

7. Neste momento qual é o seu livro-de-cabeceira? 

OS Contos, de Vergílio Ferreira (ando a reler). 





sexta-feira, 18 de março de 2011

Leituras Cruzadas - Março e Abril de 2011




21 a 25 de Março - Semana da Leitura
21 de Março - Dia Mundial da Poesia
2 de Abril - Dia Internacional do Livro Infantil
23 de Abril - Dia Mundial do Livro

Associando-se à comemoração das datas supra referidas, a Biblioteca Municipal de São Pedro do Sul convida todas as crianças, jovens e adultos a participarem na acção "LEITURAS CRUZADAS - TRAZ E LEVA UM LIVRO".
Preparámos uma estante própria para esta acção com a qual se pretende que cada um traga um livro e requisite outro, entre os disponíveis trazidos por demais leitores. É uma oportunidade para partilhar livros, estimular o gosto pela leitura, visitar a Biblioteca e interagir de forma activa e participativa.

Esta actividade decorrerá de 21 de Março a 30 de Abril.
Traz e leva um livro! A Biblioteca Municipal aguarda por ti!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Projecto Entrescrita



Entrevista com Ekaterina Malginova


EKATERINA MALGINOVA nasceu em Tymen, na Rússia, em Abril de 1991. Foi criada e educada pela Avó, a qual sempre tentou motivá-la pela literatura. Ainda pequena lia e decorava poesia de Alexander Pushkin e Sergei Yesenin (dois escritores russos). Acabou a 3ª Classe na Rússia e, em 2000, juntamente com os seus pais, veio para Portugal onde pretende ficar pelo menos até terminar o curso superior. Conseguiu adaptar-se bem à língua e à cultura de um país novo. Com dezasseis anos começou a gostar realmente de escrever, especialmente poesia. Depois de terminar, no ano passado, o ensino secundário, na Escola Secundária de S. Pedro do Sul, entrou na Universidade de Coimbra, no curso de Estudos Europeus. Ekaterina quer seguir a carreira diplomática.



Até ao momento publicou um livro de poesia. Como surgiu “Espelhos de Alma”?
Por mero acaso vi o anúncio da editora “Porca Danada” no jornal “Gazeta da Beira” e decidi arriscar. Enviei todos os meus poemas para o endereço da editora e passados alguns meses responderam. Fui aceite e foi possível a publicação do meu livro.

O que é para si a poesia?
Um desabafo da alma; uma companhia, uma espécie de amigo. E, claro, uma bela forma de expressão de arte.

O que é para si um livro?
Uma fonte de conhecimento, seja qual for o seu assunto.

Qual o seu livro-de-cabeceira?
Tenho vários, ou melhor eles vão mudando. Neste momento são livros de História da Europa e Mundial.

E qual o escritor que mais admira?
Florbela Espanca e Fernando Pessoa se se trata de poesia. Turgeniev e Dostoievski se prosa.

Na sua opinião qual o papel da Biblioteca Municipal de S. Pedro do Sul na formação de um escritor?
Na minha opinião, é nas bibliotecas, neste caso na Biblioteca de S. Pedro do Sul, que nasce o primeiro gosto pela leitura. Na maioria das vezes é um simples passatempo que depois se torna em vontade de ler mais e mais.