quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Projecto Entrescrita - José Fanha

Entrevista com José Fanha 


Biografia 

JOSÉ Manuel Kruss FANHA Vicente, nasceu em Lisboa, a 19 de Fevereiro de 1951. Licenciado em Arquitectura, é poeta, declamador, participou em milhares de sessões de animação cultural, acompanhando o grupo dos chamados badaleiros, em que participavam José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Francisco Fanhais, Manuel Freire, José Jorge Letria, Carlos Alberto Moniz, Fausto, entre outros. É autor de histórias e poesia para a infância, dramaturgo e dramaturgista, autor de letras para canções e textos para rádio, guionista de televisão e cinema. Tem dirigido Oficinas de Poesia e de Escrita, além de desenvolver trabalho intenso de divulgação da poesia e promoção do livro e da leitura em Bibliotecas e Escolas um pouco por todo o país. 


Porque escolheu dedicar-se à literatura mais centrada na infância e na juventude
Tudo começou com os meus filhos. Comecei a escrever para lhes contar histórias à noite. Depois descobri que havia em mim um menino que gostava de inventar histórias. Depois descobri que havia outros meninos que gostavam de as ouvir.

Na sua perspectiva, hoje em dia os mais novos estão mais sensibilizados para a importância da leitura? 
Começam a estar. A Rede de Leitura Pública, o PNL e a Rede de Bibliotecas Escolares têm feito um trabalho meritório, não esquecendo também o trabalho dos escritores com a sua itinerância, dos animadores e dos promotores de leitura.
Mas este trabalho de promoção do livro e da leitura é lento. Faz falta um empenhamento mais profundo das instâncias políticas centrais já que as autarquias em geral têm dado bons apoios à leitura.
Os resultados talvez se comecem a sentir daqui a uma geração porque este é um trabalho lento, num país tradicional literato sobretudo ao nível das elites e que, por isso mesmo, ainda não conta com todos os apoios necessários.

O que é para si um livro?
Tanta coisa! Uma viagem, uma festa, um delírio, um espelho, um questionamento permanente, um encontro comigo próprio e com o outro, uma forma de aprender a ouvir.

Qual o escritor que mais admira?
Gostava de dizer o nome de muitos.
Mas fiquemos nos estrangeiros por Cervantes, Gogol, Tolstoi, García Marquez, Steinbeck e ainda os poetas Pablo Neruda, García Lorca, Lawerence Ferlinghetti, Jacques Prévert.
Dos portugueses ou lusófonos, Eça, Manuel da Fonseca, José Cardoso Pires, Mário de Carvalho e ainda os poetas Camões, Alexandre O’Neil, Ruy Belo, José Craveirinha.
E ficam tantos de fora…
Só mais dois ou três. Paixões mais recentes. Jorge Semprún, Errí de Luca, Hernán Rivera Letelier, Afonso Cruz,…


Que escritores influenciam mais a sua escrita?
António Torrado, Mário de Carvalho, Italo Calvino, Papini.

Qual o seu “livro de cabeceira”?

Se tivesse só um… Ou dois… Ou três… Seria “Nascer para nascer” de Pablo Neruda, a lírica de Camões, o D. Quixote.

Na sua opinião, de que forma as Bibliotecas influenciam a formação dos mais novos?
Uma Biblioteca é uma escola de cidadania e uma porta aberta para a nossa relação com a palavra e, portanto, com o mundo.

E na sua formação enquanto escritor, influenciaram-no?
Pouco. Quando eu era jovem os livros nas Bibliotecas estavam fechados à chave e por trás de vidros e grades…

Tem projectos para um novo livro?
Muitos muitos, muitos projectos. Ainda só sonhados, já começados, quase acabados. Muitos.


1 comentário:

  1. Otima entrevista.É sempre um prazer ouvir o que pessoas interessantes têm a dizer.Continuamos a contar com as suas histórias...

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