terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sugestão de Leitura: " Doidos e Amantes"

de Agustina Bessa-Luís

Este romance comandado pela ordem dos factos, e que foi primeiro dado a público como folhetim, tem agora outro formato. Terá também outra clientela. Ele é tecido na violência secreta, contrapeso indispensável do sufrágio universal.
Maria Adelaide é uma mulher munida duma alegria negra que é a de escapar ao amor da lei e às cumplicidades que a rodeiam. Tem nela um pouco de santidade e de malícia; um desdém pela ordem das coisas e um sentimento monstruoso de contar consigo própria. Ela não é um produto da sua época; é outra coisa que não delinquência-vítima. É a delinquência-ruptura, a única que não funciona para proveito do sistema.
Surpreende-nos tanto que renunciamos a explicá-la a não ser sob “o ponto de vista dos fins futuros e a sua serenidade sistemática”.



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